terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

in-diretas

Não me defina. Não sou um conceito.
Não me rotule. Eu não ostento carimbo
ou etiqueta na minha testa.
Não me interprete. As páginas do meu livro nunca se fixam.
Não brinque comigo. Não sou objeto de sua palavra
Mas sujeito de minha história.
Não busque certezas sobre mim. Eu nunca estarei terminado.
Não fale nem decida por mim. Nem eu me represento.
Minha vida não é resposta para ninguém.
Eu sou apenas uma questão.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

tem dias...

tem dias que você não é, não está, não se sabe. só existe o vácuo. nem mundo, nem cores, nem cheiros; nada que ajude a suportar o peso do real existe. o real é uma gosma que só aparenta ser leve, mas nos sacode com a violência de mil tornados. peso de todos os tempos reunidos numa esfera de chumbo. e aí é preciso dizer, gritar mesmo, bramir: "vida, acaso sou teu escravo?"