sábado, 3 de maio de 2008

Sobre peixes e águas



Adoro peixe. Não sei de onde vem esse fascínio por este animal. Não sei se peixe é animal. Tenho a mania de só aceitar como animal aquilo que é bípede ou quadrúpede. Peixe não tem pé.
Gosto de peixe, de comer peixe. Carne saudável. Quando pequeno, achava que se comesse peixe eu aprendia a nadar. Que se chupasse a pedrinha da cabeça do peixe, ficaria inteligente. Nunca aprendi a nadar, nem posso dizer que tenho lá uma mente prodigiosa.
A gente comia peixe até na brincadeira. Riscava um peixe na terra molhada. Depois, dois meninos, cada qual com um bastão de ferro pontudo, ia mirando as espinhas do peixe e lançava o ferro, se ele perfurasse a terra, continuava a "comer" o peixe. Brincaderinha perigosa, mas muito legal.
Outro dia ganhei um livro de poemas que me deixou intrigado. Adivinha o título: "Evangelho dos peixes para a ceia de aquário", do maranhense Augusto Cassas. Belíssima coletânea. O prato principal, peixe, é quem sermoneia pelas águas do maranhão e do brasil. Anúncio de que a mesa está posta e ele será sacrificado pelo bem do homem.
Então, me inspirei e fiz a xilogravura que ilustra esse texto. Que venha a ceia de aquário.

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