jaz no lago
com suas medrosas teclas
ponta de iceberg silencioso.
Aquele antigo vinil
guardado como uma relíquia
está quebrado junto às pedras
da calçada
silencioso.
O tiranossauro do meu filho
perdeu as patas
já não ruge.
O romance preferido
da minha esposa
virou encharcada flor
na poça de lama
e as letras se turvaram,
silenciosas para sempre.
Nossas lembranças se espalharam
pela cidade, nas fotografias
que a água levou.
A prancha de surf retornou;
meu filho, não.
Seu espírito surfa
nas silenciosas ondas.
Também o elefante da sorte,
o mangá favorito,
o notebook, a câmera fotografica,
o controle do game...
todos
em uníssono
silêncio
confira essas belas imagens clicando no título do poema |
3 comentários:
MUITO BONITO MESMO...MUITO TRISTE VER ESSAS FOTOS E PENSAR EM COMO A VIDA DESSAS PESSOAS FOI DEVASTADA....
Muito show seu poema, ví a noticia no site da Oi e ví seu comentário, achei que valeria a pena dar uma conferida. Tão emocionante quanto as fotos, parabéns! Se puder me enviar seus novos trabalhos via e-mail, agradeceria. Abraços! Rafael Fernandes. (iranasya@hotmail.com)
Tiraste beleza da tragédia...essa é a matéria da Poesia!
Lindo.
Bj
Postar um comentário