domingo, 15 de dezembro de 2013

nômade

o que ameniza essa minha eterna posição de nômade é saber que qualquer terra suportará o peso de minha tosca humanidade com total indiferença. e já não sonho geografias, nem tenho apego às terras deixadas, porque nunca finquei raízes. sou para nuvens, para vento e poeira. nada me fixa num lugar porque sou propriamente o trânsito. um território é o que habito apenas: meu corpo. não traço mapas e, s...e os traçasse, eles não viriam com legenda. minha cartografia não segue qualquer rosa-dos-rumos. e quando me for para sempre, eis a certeza, passarei o meu não-tempo contemplando o planeta terra de outro ponto de vista, algum planeta de sirius, não debaixo de sete palmos. se é para ser pó, que seja pó de constelações.

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