quinta-feira, 13 de março de 2014

casa

eu volto sempre pra casa. mesmo quando casa já não tenho. eu volto sempre pra casa. mesmo quando a vida fez de mim um errante sem retorno. eu volto sempre pra casa. mesmo quando há um abismo sem ponte no caminho. eu volto sempre pra casa. mesmo quando a neblina cai sólida e instransponível. eu volto sempre pra casa. mesmo quando meu barco resvala para o naufrágio. eu volto sempre pra casa. mesmo quando eu já nem sei quem sou e, portanto, não tenho paradeiro de mim. eu volto sempre pra casa. mesmo quando intuo que o mapa da minha rota nunca foi definido e que essa casa só existe quando eu nego qualquer lugar. minha casa é um estar-aí. a própria impossibilidade do morar.

Nenhum comentário: