sábado, 13 de setembro de 2008

De Banzo

É assim: você acorda, liga o computador, vê as notícias, dá conta das fofocas, checa os e-mails, vai pra rua, olha os prédios, as pessoas, o cachorro, dribla o cocô, compra jornal na banca e procura não sei o quê. Depois, volta pra casa com a sensação de que perdeu algo que não sabe definir. Na verdade você só está perdido de si.
Isso é banzo. E para estar de banzo têm muitos motivos. O meu banzo é ancestral, saudade da minha terra. Você pode dizer: "Ué, então compra passagem e voa pra lá. Vai matar a saudade, antes que ela te mate..." E eu digo que não vai adiantar porque a saudade é de uma terra que não existe mais nem no tempo nem no espaço, de pessoas que hoje não são as mesmas de antes, de momentos que são uma neverland da memória. Quem é estrangeiro sabe do que eu to falando.

Sinto-me oco, só isso. Eu posso ficar assim, não posso?! Então me deixa quieto no meu canto!

2 comentários:

Anônimo disse...

very nice! hahahahaha

Mauricio disse...

Acabei de comentar lá em cima.

Mas este texto tem tudo a ver comigo, me sinto assim mesmo. Acertou em cheio Cláudio.

Saudades do Uruguay, da infância de lá. Naquele tempo nunca poderia imaginar estar aqui em 2008.