domingo, 2 de junho de 2013

Esse é meu sacrifício. A operação do sagrado em mim. Um abandono de mim para o abraço de algo que não entendo e que me é inacessível. E sobre mim paira uma indecidibilidade. Porque o que não entendo me sacode como um vento de uma gélida madrugada. Tremem os ossos, um por um, como se eu estivesse possuído. E cada gota de sangue, cada vértebra, cada poro é língua indecifrável. O sagrado me arrebenta nas mais simples atitudes. As mais tolas. Ao riscar um fósforo e ver a chama, é o sagrado diante de mim que se inflama. Ao ver uma folha seca caída do galho, ele, o sagrado, me diz do sacrifício. E quando respiro, esse ar que me invade é ele. Essa é minha forma de viver religiosamente. Essa desforma. Estando.