terça-feira, 26 de novembro de 2013

e o que só me vem à cabeça é o que não tem forma, nem cor, nem cheiro. é o que tem corpo diáfano, nem uma canção ou voz que ecoe e tudo diz porque está em tudo, aniquilando o tempo-espaço, construindo, ele mesmo, o seu existir como potência. isso é forte demais e me esmaga tal qual o peso de duas toneladas sobre minha frágil carne. é o abismo a sua morada? não, sou eu! o que não carece de explicação para ser e é.

domingo, 3 de novembro de 2013

para cima...

para cima, mais para cima. subindo, subindo... até tocar o não tocável. o anseio do que não se vê. a vontade de fraudar o perecível. subindo, subindo... até que os dedos furem as nuvens e executem as notas mais agudas da partitura. clave de sol, de céu, de nebulosas. para cima, bem mais para cima, até que se rasgue o véu do impossível. de lá se mire a terra. debochado, o riso ecoe no vácuo porque é cisco o que parecia infindo. no diminuto é que se rege a escala do alto. para cima, mais para cima agigante-se se for capaz, suba sem medo algum. já não há quedas; todas as quedas aconteceram. todos os abismos se dilataram, os precipícios eram apenas testes. não tenha medo do alto. é por ele que nossos olhos ficam na cabeça, não nos pés. para cima, por favor!