O Menino-Deus, tão indefeso ali na manjedoura, ri para o mundo e aponta com seu dedinho para a estrela. Riso de criança celeste, dedo de criança curiosa apontando luz. As ovelhas trazem lã para Maria tecer uma fralda quentinha. O burro bafeja a palha para fazer calor. Uma família de pastores desce a montanha e traz comida para o casal faminto: pão, leite e mel. O cachorrinho-pastor pula aos pés da criança divina e brinca com seu próprio rabo. A criança divina ri. José e Maria riem. Os pastores riem. O primeiro natal acontece entre luzes, preces e risos.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
domingo, 18 de dezembro de 2011
nuvens do advento
"Que as nuvens se abram e chova a justiça. E o orvalho faça nascer a flor." (Isaías)
É assim, um céu grávido de nuvens escuras, que os homens esperamos o desabar do novo sobre nossas cabeças. O novo seja vento a limpar a sujeira do caminho, seja água germinando o sêmen da terra, seja planta perfurando o lodo e se projetando para a luz. Que essas nuvens, que eclipsam o sol, deixando apenas pontos dourados perfurarem sua densa textura, nos presenteiem com um novo tempo, onde a justiça e a igualdade sejam nosso alimento; o cordeiro e o lobo sejam amigos e pastem juntos, como sonhou o profeta.
sábado, 17 de dezembro de 2011
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Momento
domingo, 4 de dezembro de 2011
O vou
Quando as palavras vão embora, quando o vento leva a chuva refrescante, quando a noite esconde o sol, quando as nuvens eclipsam a lua, quando as montanhas escondem o horizonte, quando o mar engole o barco, quando o silêncio leva embora os pensamentos...
É aí a hora de ver diferente, de enxergar o profundo. É nesse instante que sondamos outras nuances e os rios se apresentam como caminho, e o caminho de terra batida nos diz muitas coisas. Que o perigo é toda parte, enquanto respirarmos, o perigo grande existe, o perigo da existência.
Mas é ele, o perigo grande, que nos projeta ao vou. O vou é muito mais que o voo. O vou não tem ambiência, não tem história, não tem sequer cara e corpo.
Ele é o imenso desejo.
É aí a hora de ver diferente, de enxergar o profundo. É nesse instante que sondamos outras nuances e os rios se apresentam como caminho, e o caminho de terra batida nos diz muitas coisas. Que o perigo é toda parte, enquanto respirarmos, o perigo grande existe, o perigo da existência.
Mas é ele, o perigo grande, que nos projeta ao vou. O vou é muito mais que o voo. O vou não tem ambiência, não tem história, não tem sequer cara e corpo.
Ele é o imenso desejo.
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