domingo, 4 de dezembro de 2011

O vou

Quando as palavras vão embora, quando o vento leva a chuva refrescante, quando a noite esconde o sol, quando as nuvens eclipsam a lua, quando as montanhas escondem o horizonte, quando o mar engole o barco, quando o silêncio leva embora os pensamentos...
É aí a hora de ver diferente, de enxergar o profundo. É nesse instante que sondamos outras nuances e os rios se apresentam como caminho, e o caminho de terra batida nos diz muitas coisas. Que o perigo é toda parte, enquanto respirarmos, o perigo grande existe, o perigo da existência.
Mas é ele, o perigo grande, que nos projeta ao vou. O vou é muito mais que o voo. O vou não tem ambiência, não tem história, não tem sequer cara e corpo.
Ele é o imenso desejo.

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