terça-feira, 24 de setembro de 2013

do querer e não poder

querer dizer e não poder dizer é a coisa mais estranha que há. é querer caminhar e não ter pernas. é desejar abraçar uma árvore e não ter braços. mas mesmo quem não tem pernas e braços pode criam seus artifícios. enquanto quem não consegue dizer, mergulha no vácuo da linguagem. a palavra não pode tudo.
Sonhei que eu era a serpente do paraíso e tinha cobiçado a árvore do bem e do mal. Todo entendimento é um perigo. me vi nu e gostei muito daquilo.

domingo, 22 de setembro de 2013

busca

Eu procuro as frestas, lá onde há eco. O oco da existência. Aberturas. O prazer reside nos interstícios. Zona fronteiriça, bordas que dissolvem o eu e o outro. Ando à espreita das fendas, das projeções, do negativo, a câmara escura. Cave of Plato. Disformidades que, incessantemente, rezam a morfologia do estilhaço.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

árvore

Está decidido.
Na próxima encarnação serei árvore,
numa densa floresta, e não me aperceberei da existência dos homens.
Amém.