segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Meu playmobil

Quem foi criança na década de 70 e 80 sonhou com o brinquedo Playmobil, verdadeira febre nessa época. Como a cidade onde cresci tinha congregações religiosas de freiras e frades alemães, nas quermesses sempre apareciam com um brinquedo que era a sensação de uma das barraquinhas de jogos. Nunca ganhei um, mas ficava horas olahndo o brinquedo que se movia sozinho e era cheio de pecinhas. Acho que já estava ali minha vontade de inventar histórias. Eu queria um playmobil para criar minhas próprias histórias com eles. Ficava só com água na boca.  Até hoje, espero o meu playmobil. Será que vou ter que fazer terapia? Veja a exposição na Espanha em homenagem aos 36 anos desse brinquedo delicioso.

Do que eu sei


Andorinha traço vermelho
Upload feito originalmente por cláudio rodrigues
Só posso entender
das coisas do chão
porque o céu
tem muita grandeza
O céu está cheio
de estrelas que não
existem mais
e de nuvens
que nunca se solidificam
de aves que não cansam
de bater asas.
Entendo mesmo
é de árvores
com suas raízes profundas
e de rochas
lambidas pelo vento.
Só sei de alicerces
e de espaços
em que medidas são
proporcionais
às minhas possibilidades.
O resto é a vastidão
absurda.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Terra da Gente: o programa

Terra da Gente é um programa de aventuras pelo Brasil. Sempre mostrando a exuberância da fauna e da flora bem como as culturais locais. Um programa bem feito, com conteúdo e consistência. Pois bem, essa semana o programa mostrou as reentrâncias maranhenses e, entre tantas, a Ilha de Lençóis. Um espetáculo de encher os olhos. Estou postando a terceira parte aqui, pois trata da lenda do Rei Sebastião. É a primeira reportagem que mostra o memorial que construí com os ilhéus. Bateu uma vontade de estar lá, mas sei que agora é com eles.
É preciso dar autonomia, deixar que as pessoas assumam seu protagonismo pessoal e cultural. Vejam aí. Depois, visitem o site para ver o trabalho com as aves migratórias e outras coisas mais.
Baixe o Adobe Flash Player

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

ROSÁRIO LUNAR

Quatro contas
Ave-marias girando
em torno da terra.
Quatro pingentes
de prata no pescoço
Da grande mãe azul.
Primeiro mistério:
lua cheia de graça
Ave-Maria prenhe
do segredo de Deus.
Segundo mistério:
Lua minguante
Ave-Maria ampara
o engatinhar de Deus.
Terceiro mistério:
Lua nova
Ave-maria suspira
com a dor de Deus.

Quarto mistério:
lua crescente
Ave-maria chorosa
de saudade de Deus.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Criatividade

Veja que bacana esse stop motion. Um personagem ganha vida, sai do livro e caminha por ruas de uma cidade onde tudo é feito de livro. Páginas e mais páginas que viram prédios, árvores, pássaros, gente. Criatividade e beleza na composição da animação.

This Is Where We Live from 4th Estate on Vimeo.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu!

O que é deixa um autor mais feliz? Ver seu livro nas mãos de um leitor. Saber que sua história está entretendo tantos olhos curiosos. É a glória.
Pois no ano que vem o meu livro de estreia "O rei que virou lenda" vai estar nas bibliotecas das escolas públicas do Brasil inteiro, junto com outras obras escolhidas entre 1930 inscrições. Serão 300 livros variados. Isso significa algo em torno de 30 mil livros do reizinho espalhados pelo território, para cerca de 20 milhões de alunos.
O PNBE é um programa do Ministério da Educação para investir na leitura cuja sigla significa Programa Nacional da Biblioteca da Escola. Assim, todo ano compra diretamente das editoras alguns livros que vão compor acervos escolares. Ganha o aluno, ganha a escola e ganha o país, que se torna cada vez mais leitor. O acervo é formado por gêneros variados como poesia, contos, cronicas, romances, história em quadrinhos, etc. Todas as escolas serão contempladas, sobretudo as que atendem do sexto ao nono ano do fundamental e do ensino médio. Eu e os editores da Girafinha sabíamos que o "rei..." tinha majestade suficiente para ser um escolhido. Quem ler, vai saber do que to falando. Viva o rei que virou lenda!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A geração Z

Joaõ Montanaro, tinha 13 anos quando começou a fazer sucesso com suas tiras de humor adulto.
Hoje é um dos cartunistas da Folha de São Paulo

Fico impressionado com o talento precoce das crianças de hoje. A geração Z, que nasceu na última década do século XX é veloz, pega tudo facilmente, está cheia de informações, mas da mesma forma que se lança num desafio, também o abandona, se houver desinteresse. Eu diria, usando o termo de Bauman, que é a geração líquida mesmo, nada aí é sólido. E isso é preocupante. Para essa geração deve surgir uma nova escola, que atenda aos apelos do jovem e o faça ser protagonista do seu conhecimento. Tenho é pena da escola atual, perdida, há muito ultrapassada, cheia de professores medrosos, rancorosos, desinteressados, sem saber o que fazer diante de uma geração que domina perfeitamente a tecnologia e pode, inclusive, ensinar aos professores.
Eu queria, na verdade, era falar das crianças prodígio. Justin Bieber, o cantor mirim, Maisa, a menina apresentadora, João Montanaro, quadrinista mais jovem contratado pela Folha. São exemplos dessa rapidez que se processa na geração Z. Exemplos bem sucedidos e divulgados, entre tantos outros. Astros mirins que agem com desenvoltura naquilo que mais gostam de fazer. A internet os ajudou, descobrindo-os ou divulgando-os, afinal, estamos na época da espetacularização. O quarto cabe o mundo via internet e um video feito por um simples celular pode ser visto por milhares de pessoas em todo o mundo. O planeta já não é desconhecido, já não há aquele desejo de descobrir novas terras, lugares nunca pisados por humanos. Não há lugar que o Google Hearts não tenha esquadrinhado via satélite, somos vigiados e fotografados há milhares de quilometros por uma máquina fotográfica potente que gira ao redor do planeta. Por todos os lados, alguém quer se mostrar e quer mostrar os outros. Por todos os lados, alguém quer ser estrela. "Mundo, mundo, vasto mundo/ se eu me chamasse Raimundo/ seria rima, não seria solução". Cadê a solução pra vastidão do mundo, poeta?
Será que as crianças de hoje sonham com o desconhecido?
Para ver mais sobre o João, clique aqui; para ver mais sobre a geração z, clique aqui.
Menina Maisa, talento precoce descoberto por Raul Gil, estrela mirim do SBT

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Entrando num quadro fauvista

Fauvismo foi um movimento artístico vanguardista do início do século XX. Imagens com cores fortes, grandes manchas, contornos e traços disformes. Não à toa o nome do movimento significa "feras selvagens", como os pintores eram chamados. A pintura vai sendo associada a um certo primitivismo, parece que volta às origens. Tudo é impulso, movimento; nada é delicadeza. Henri Matisse foi um dos grandes fauvistas.



São dele esses quadros intitulados "Dance (I) e (II)". Repare as cores puras saltando da imagem no movimento das mulheres nuas girando.


Pois bem. Agora repare aqui abaixo o quadro de Matisse tridimensional. Faz parte do Jardim Botânico do Rio. Maravilha, não? 






Eu quase fui expulso por tentar agarrar as mulheres de Matisse.
















Na verdade, eu queria mesmo era fazer parte do quadro fauvista, tirar a roupa e me eternizar aí, ao lado delas, nessa ciranda primitiva.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

FLIP FLAP FLEP FLOP FLUP

Algumas coisinhas sobre a Festa Literária Internacional de Paraty, que começa hoje.
- Se a festa é literária, por que chamaram oo FHC para fazer abertura falando de Gilberto Freire?
- Por que há mais mesas discutindo sociologia do que poesia e prosa?
- Cadê os novos escritores entre os convidados?
- Destaques desta edição serão Peter Burke e Terry Eagleton.
- Gilbert Crumb (o quadrinista que acabou de lançar Gênesis) também promete.
Mas vou ficar por aqui. Sossegado na minha senzala.
Paraty, dessa vez, não é para mim.