sábado, 29 de novembro de 2008

cirandar

Olha a cara das meninas
Uma de laço de fita
Outra de vestido florido
Uma bem sapeca
Outra mais moleca.
Todas na ciranda
Roda que roda roda
Gira que gira gira
Canta que canta canta.
Ciranda cirandinha
vamos todos cirandar
Vamos dar uma rodada
uma rodada vamos dar.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Joaninhas

Por que joaninhas se chamam joaninhas?
Será por causa do vestido de bolinhas?
Preto e vermelho, vermelho e preto.
zummmmmmm...

Elas batem asas e voam faceiras
desfilando seu modelito preferido.
Tão elegantes no vestidinho-balão.
Preto e vermelho, vermelho e preto.
zummmmmmmmmm...

Sei não
To achando que as joaninhas
fazem parte é da torcida do Flamengo.
Preto e vermelho, vermelho e preto.
zummmmmmmmmmmm...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Ofício de formiga

Passeata? Procissão?
não, uma fila de formigas
Atrás do ganha-pão.

Não se cansam desse emprego?
sossego elas não têm.
E o tempo pro chamego?

Não descansam um instante!
Adiante! Não há tempo a perder
Que vidinha mais frustrante!

Olha a chuva! Um temporal!
mal choveu lá vai o grupo
seguindo o sinal.

Prezada dona formiga...
amiga, cadê o salário?
Vocês nunca entram em briga?

Sem parar ela responde:
- onde moro não há isso
união é nosso bonde.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Terra de Palmares, Terra de Zumbi

Os tambores hoje ruflaram o dia todo, por todos os cantos do Brasil. É a homenagem a um grande herói. Zumbi dos Palmares.
Fiquei lembrando da história do Zumbi menino, lá nas Alagoas. Ele nasceu num quilombo, um lugar que havia sido construído com escravos e outros fugitivos. Embora tenha nascido livre, o menino foi capturado aos seis anos e entregue para um padre que o educou.
O menino recebeu o nome de Francisco e aprendeu português e latim enquanto era instruído nos sacramentos. O pequeno Francisco, enquanto ajudava nas celebrações, ouvia lá dentro do seu coração o som dos tambores de sua gente. E pensava: "Ainda volto pra lá!"
E foi assim que, aos 15 anos, o jovem fugiu e voltou para Palmares, tornando-se o líder daquele povo e passando a ser chamado de Zumbi. Zumbi liderou um quilombo com mais de 30 mil habitantes. E morreu defendendo a causa da liberdade para todos.
Por isso, hoje é o dia da consciência negra. Dia em que devemos lembrar do herói da nossa gente.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Prazeres

Uma boa espreguiçada
Que chega a tremer a ossada.

Um espirro de respeito:
ATCHIM! este é o jeito.

Cambalhota eletrizante
1, 2, 3...AÚ avante!

Dar um pum pra te fazer
Gargalhar até morrer!

No ouvido, um ventinho
da mamãe todo o carinho.

Um bocejo demorado
Ir pra cama bem largado.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

conversa de bichos

A cigarra pro cigarro:
"Crac,crac, crac?!"
O cigarro bem metido:
"crac, crac, cra-crac!!!".

O minhoco pra minhoca
"Crec, crec, crec..."
A minhoca toda prosa:
"Crec, crec, cre-crec?".

Mestre grilo para a grila:
"Cric, cric, cric."
A grila diz animada:
"Cric, cric, cri-cric."

Dom sapão pra miss sapa:
"Croc, croc, croc!"
Miss sapa bem risonha:
"Croc, croc, cro-croc!!!"

A lagarta pro lagarto:
"Cruc, cruc, cruc?"
O lagarto todo besta:
"Cruc, cruc, cru-cruc!"

Toda noite a prosa rola
No brejo do Truque-truque
Os bichos tagarelantes
Fazem cra. cre. cri. cro. cruc.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O mundo de Nito

Oi! Sou Nito, tenho 9 anos e moro numa vila, no meio das montanhas de Minas Gerais. Aqui é tão tranquilo, não acontece nada. Quer dizer, quase. Meu pai diz que a gente mora pra lá de Deus Me Livre e por isso nada de importante acontece. Meu melhor amigo é o Chico. O Chico não é gente, mas é como se fosse. Não vou mudar o nome do meu cachorro nunquinha, é Chico mesmo.
Agora vou falar um pouco de como é viver aqui. Tem pomar onde a gente pega manga, goiaba, laranja, banana... Tem riacho com água gelada que a gente tibunga na tarde quente, tem muita serra que a gente sobe só pra ver as casas cobertas pelas nuvens.
No domingo, o sino da igreja toca bem cedo: Blém, blém, blém... A mãe me acorda: "Nito, tá na hora de levantar, tem missa..." E eu pergunto se é preciso mesmo ir. Ela me responde um pouco brava: "Menino que não vai pra igreja ganha rabo e cresce os chifres".
Aí eu acabo indo né, não quero virar o capeta. quando a missa termina, eu gosto de ficar olhando a criançada brincar de roda e cantar: "Lá em cima daquela serra, passa boi, passa boiada, só não passa o meu amor que não quer saber de nada".
Eu nunca entro na roda. Morro de vergonha. Um dia ainda crio coragem. Fico admirando a Belinha, uma menininha de vestido verde que é a mais animada do grupo. Mas ela nem liga pra mim. Só gosta do Chico. Vou ter que apelar pro Chico. Quem sabe ele não me ajuda a ser amigo dessa menina...
Esse é um exercício de redação. Como professor, não fico parado. Entro na brincadeira com os alunos nas aulas de produção de texto. A proposta dessa semana: Levei algumas pinturas de Portinari pra sala, olhamos e descrevemos as cenas, situamos as personagens, imaginamos a época, os lugares. Depois, pedi para que cada aluno escolhesse um dos personagem e fizesse sua história, em primeira-pessoa. Escolhi ser o menino que está fora da roda na pintura "Ronda Infantil". E esse é o esboço de meu texto feito em sala. Os textos das alunos ficaram tão interessantes! É assim que eles tomam gosto pela arte e pela escrita.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Curso intensivo para Papai-Noel

Para receber o certificado de Papai-Noel, o candidato precisa passar por dez etapas:

1. Ser velhinho, mas só aparentemente.
2. Ter uma senhora barriga, nem que seja postiça.
3. Manter a calma naquela roupa excessivamente vermelha. Não esquecer que o gorrinho é de lado e do cinto apertando as banhas.
4. Carregar um enorme saco de brinquedos sem demonstrar cansaço.
5. Saber distinguir uma criança de um adulto com precisão.
6. Tocar a sinetinha de modo cadenciado e harmonico.
7. Ficar sentado horas e horas suportando com um leve sorriso os puxões de orelha, socos e pontapés, dedo no olho, na boca, cabelo arrancado, etc, etc, etc... só por amor, que o pagamento é nadica de nada.
8. Engolir seco os pedidos daquelas crianças que você sabe que não serão atendidas. Rezar para que sejam atendidas, né! Nessas horas, papai-noel tem que ter reza forte...
9. Gargalhar o HO!HO!HO! com propriedade, porque a maratona de pedidos de HOHOHO vai ser enorme. É a marca de qualquer papai-noel.
10. Desejar Feliz Natal, Feliz Compras, Feliz Consumo, Feliz Comércio sem constrangimentos.
Aquele que vencer essas etapas, receberá diploma de Papai-Noel temporário. Quem quer ser um velho Noel?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Uma semana

Na segunda-feira
me dá uma canseira...

Terça-feira eu corro
Senão fico gordo

Quarta-feira eu sento
E uma coisa invento.

Quinta-feira é dia
De beijar Maria

Sexta-feira é hora
de almoçar lá fora.

Sábado deliro
Nada de espirro

Domingo é uma festa
Só alegria resta.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Cocoricó

Todo dia era a mesma coisa. Beto pulava a cerca do vizinho, ia até umas bananeiras no fundo do quintal, arriava o calção e mandava ver na merda. Ninguém na casa do vizinho sabia que era ele que diariamente depositava ali o presente de grego.
Beto tinha cabelos amarelados e espetados, olhos grandes, esbugalhados e vermelhos, e era uma criaturinha magra, amarela. Tinha 7 anos de idade. Morava com sua avó, e era o que se pode chamar de peste.
- Quem é o infeliz que vive enchendo meu quintal de merda! Ah, se eu pego! - Gritava a vizinha, toda vez que ia varrer o quintal. O menino ouvia e assoviava, disfarçando sua culpa.
A vizinha criava galinhas, e por causa das travessuras do menino teve que fazer um chiqueirinho e prender as aves. Só o galo, meio desaforado, escapulia de vez em quando.
Certa vez, o Beto chegou em casa com os olhos mais esbugalhados ainda. O ar cansado de quem correu bastante. A avó quis saber o acontecido e ele contou a verdade:
- Vó, eu tava de acocorado debaixo da bananeira da Dona Maria, quando o galo dela chegou perto de mim, abriu o bico e gritou:
- Suma daqui, cagãooooooooo!
(copyright da imagem: Gabriel Archanjo/Piauhy)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Brincando com caixinhas

O post de hoje tem tudo a ver com este blog. O apego às caixinhas. A proposta circula pela internet há algum tempo. A brincadeira é a seguinte: 1. Pegue uma caixa, qualquer caixa serve; 2. Desmonte-a e use o avesso, ou, se preferir, use mesmo a parte colorida; 3. Observe a caixa desmontada até que apareça ali um bicho, uma pessoa, uma coisa... Use sua imaginação; 4. Aí é só colorir, recortar, pintar, fazer colagem. Pronto, um bregueço para sua estante. As fotos acima foram as que encontrei, as de baixo são criações minhas. Se quiser fotografar e me mandar o resultado, será uma honra publicar por aqui.

gatinho de caixa de fósforos.