Não quero ser nostálgico. O que passou, passou. Mas olhando os desenhos animados hoje, prefiro mil vezes os da década de oitenta. Mil vezes. Histórias bem mais interessantes. Nos permitiam sonhar mais. Os smurfs eram um dos meus preferidos. Os pequenos seres azuis moravam em casa de cogumelo, numa clareira da floresta. Cada um tinha uma função ali na aldeia, como tinha também um estilo. Todos eram orientados pelo papai smurf, o único que se vestia diferente. E o que dizer da smurfete, a única mulher do grupo? Engraçado é que sempre me perguntava, como eles surgiram, se só tinha ela de mulher... Bobagem. Adorava o Gargamel, o bruxo que queria capturar os azuisinhos. Gargamel e o seu gato, o Cruel, eram só se davam mal. E a musiquinha de abertura que fazia a gente correr para a TV? tra-lá-lá-lá....
Agora ressuscitaram os smurfs. Mas por que foram colocá-los justamente na cidade grande, perdidos? Por que não criar um épico lá na floresta mesmo? É tendênica que não me agrada nada, descaracterizar o original. Já existe até um ensaio sensual com a Smurfete, para uma revista. Olhei e vi perfeitamente não a Smurfete, mas uma versão da Madona ou da Lady Gaga.
O cúmulo. Quero de volta a minha imagem original. Não admito que roubem de mim isso.