sábado, 3 de outubro de 2009

Ao Deus da minha infância (minha versão)


Meu Deus é sempre menino
nuzinho a correr na estrada.
Feliz da vida galopa
um cavalinho de vento.
Não há tristeza em seu dia
Seu céu é sempre azulado
Sua noite é cheia de estrelas.
Não cansa hora nenhuma.
Meu Deus é sempre menino
que corre e pula no rio
e dá bom dia aos peixes
e faz careta pro sol
e dá a língua e o dedo
pras rabujices do mundo.
E brinca de cirandinha
Com seus amigos peraltas.
Meu Deus é sempre menino
que dorme e sonha com os anjos
Que acorda e pede um colo
E diz: "olá, passarinho!"
E reza: "ave-maria!"
Convida: "vamos brincar!"
Não sente saudade do céu
Não usa coroa ou cetro
Meu Deus só quer a quentura
das barbas do Pai eterno.

(dedico este poeminha a Fatima Bessa, ao Fernando Pessoa e às crianças brasileiras)

4 comentários:

dade amorim disse...

Oi, Claudio! Descobri seu blog por acaso e gostei dele, por causa desse seu Deus do poema.
Beijo!

Gerana Damulakis disse...

Excelente: original e instigante. Parabéns pelo poema.

Janaina Amado disse...

Lindo este poema, Cláudio: igualzinho às crianças.

Aparecida disse...

Olá professor querido! Adorei seu poema. Lindo demais.Parabéns! Beijos....