quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Não é...

Deixa só te dizer uma coisa: não confunda alhos com bugalhos, nem caramelada com cara melada. O que escrevo aqui não é minha vida. Não é biografia, ainda que pareça. Não é o que sinto, ainda que eu sinta. Não é o que eu penso, ainda que eu pense.
Não é! Pronto! Acabou.
Favor não confundir exercícios de ficção com a matéria do real. Se escrevo sobre tristeza, a última coisa que eu quero é que você pense que estou numa fossa. Se escrevo sobre alegria, não desejo que o leitor me imagine inebriado de felicidade. É tudo falso, po! É tudo fingimento. Isso aqui é um laboratório de fingimento.
Não confunda, pois, ficção com fricção. É um tudo-nada, entende? É um nada-tudo que me tranquiliza diante banalidade do real e me projeta para outra dimensão, talvez, um entrelugar. Só isso. Mas não sou eu, não é o que vivi, não é o que vi. É outra coisa. E pode não ser literatura, mas certamente não é real.
Passar bem.
(crédito de imagem: M.C. Escher)

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