sábado, 27 de abril de 2013

espelho

"Agora nos vemos como num espelho, mas então veremos face a face". Esse texto anda comigo há muito tempo. Como num espelho. Uma imagem de mim, que sou outro, o contrário. E por mais que eu mire, só vejo o que não sou. E por mais que eu contemple, só vejo o que nunca serei. Não sou eu que está lá; é um outro que não existe, a não ser como uma imagem. Face a face. Então, não serão dois rostos na suprema miragem? Não, é uma face ao contrário, desfocada, num lugar que não existe, o outro lado, uma impressão do aqui, mas está lá dentro do espelho. E cisma em ser mais forte do que eu. "Mas então veremos face a face".

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