terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O que é belo, grande, santo e justo...

As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:
Os anjos não compreendem os homens.

Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.
— Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.
(Belo belo, Manuel Bandeira)


Belo e bélico: de natureza tão antagônicas e sonoramente iguais. Suspeito que essas duas palavras sejam até irmãs, filhas de Bellum. É com essa suspeita que teimo em entender esse, que para mim é um dos mais lindos poemas brasileiros: belo belo. Dois belos? Um é o estado contemplativo, o outro ação. Um é unidade, o outro separação. Não é assim o humano? Um paradoxo? O belo é belo. O bellum é belo e bélico. A guerra dentro do humano. Não há nada mais pavoroso e belo do que a explosão de uma estrela. Vida nascendo... promessa. Não há nada mais repulsivo do que explosão de uma guerra. Vida que se vai... fracassos. Temos o fogo de constelações que há milênios se apagaram, diz o poeta. O fogo que já não mais existe está em nós. O interior do humano é pior do que o mais feroz vulcão em erupção. O humano é belo e bélico.
E eu faço como o poeta: só quero sentir, viver e amar de forma absurdamente simples. Amém!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

ola, professor. Hoje que eu parei e li todos os seus textos, adorei todos, gostei muito de seus desenhos, são sua cara. Parabéns pelo Blog. Um abraço.

Aparecida