sábado, 8 de maio de 2010

Sonhar castelos

Diariamente. Manhã. Minúscula cozinha. O calendário na parede com a fotografia de um castelo.
É o famoso castelo alemão de Neuschwanstein, o novo cisne de pedra, na Bavária. Está ali na minha cozinha, imponente. Na pia ao lado, a louça se acumula.

Enquanto preparo meu café preto e forte, olho para a fotografia. Todo dia miro algo diferente nela. Como se procurasse algo que não está ali. Como se quisesse me projetar para aquelas escadarias.  Como se quisesse estar de frente ao portal principal, no espasmo de querer guardar tudo dentro do olhar. Como se quisesse me mirar num dos espelhos do grande salão. Como se quisesse ficar na torre mais alta, mas não prisioneiro. Como se quisesse contemplar as montanhas gélidas, as florestas de coníferas, as vilas que salpicam entre os rios e os lagos no entorno.

Então o fantasma de Ludwig II me dá um soco no real e me vejo na cozinha de meu apertamento, no Rio. A louça querendo ser lavada.

Um comentário:

Gerana Damulakis disse...

Mas isso é bom, nada como viajar com a imaginação. Também faço isso com um quadro que tenho.