quinta-feira, 21 de abril de 2011

ainda a poesia

quem disse que
só é poesia
a noite escura...
que ela é do tempo
das incertezas...
que mora
no recôndito das nuvens
depois do sol
na fresta intervalar
das cores do arco-íris...
quem disse que
a poesia habita
as bordas do
incompreensível...
não percebeu
que..

na lama do pântano
no cheiro do ralo
na luz que ofusca
no fundo do poço
no gato esguio
na lâmina da navalha
que afia o dia...
existe poesia.
poesia não
se mede em anos-luz
mas em filigranas
de um assombro
inaugural.

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