"Olha a pamonha! Tem curau caseiro! Olha a pamonha! Tá quentinha! Tem tapioca quentinha! Tá delícia! Tem bolo de aipim com coco! O moço vai, o moço volta..."
do topo de uma kombi velha o auto-falante ecoa uma voz analasada, que soa mais irritante ainda com o aparelho agudo.
"O moço vai, o moço volta! Olha a pamonha". São 8 horas da manhã de domingo, o sol ainda nem quis sair da cama e esse homem de voz fanhosa vendendo a porra da pamonha quentinha. Só falta mesmo aparecer aquele outro, comprando ferro velho.
Não falta mais. "Compro ferro velho, batedeira, ventiladores, panela velha, traga tudo o que for ferro! Compro lata, latão, panela velha".
Eu só queria ter coragem de arremessar minha voz do alto do edíficio e mandar todos eles pra aquele lugar.
Só falta mesmo vir aquele outro, das bolas de sorvete... me calo, sou eu que estou com o pensamento poderoso demais. Vou tentar ter um bom domingo.
domingo, 25 de setembro de 2011
sábado, 10 de setembro de 2011
A poesia está nas ruas
Este é um vídeo que filmei e editei sobre a exposição de poesia visual intitulada "Palavras", do poeta Alberto Pucheu. O performer sai pela cidade, observando sua poética nas vozes dos transeuntes, nos grafites dos muros, nas pichações anônimas. Depois, monta outros textos, colando, recortando imagens, propondo leituras diversas a partir de uma sintaxe própria. A exposição é resultado desse trabalho do Pucheu no último ano.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
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Pintura digital, em iPad |
Eu me enganei. Quadradamente.
Imaginei que chegaria à casa dos 30 com muitas certezas. Que os medos diminuiriam. Que as desordens de dentro tomariam outro corpo e me abandonariam. Que o homem novo seria tão prático, coerente e decidido.
Engano. Os medos aumentaram, as desordens se avolumaram e as decisões vêm depois de martírios.
Quem nasceu para ter certeza, definitivamente não é humano.
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