quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Fantasia pelo caminho

As fantasias ficaram pelo caminho, aos restos. 
Penas, lantejoulas, serpentinas, festões... no caminho de volta para casa, a alegria encorajada pela máscara. Tão fácil ser feliz sob plumas e paetês! Mas agora é depois. Depois do carnaval. E o mundo voltou a ser normal. Ou quase, porque normalidade e humanidade têm naturezas que não se mesclam. 
O mundo voltou ao riso cotidiano, sem deboche, sem crer que o riso sem motivo salva o mundo. Debochamos de Rico e do Pobre, da Luz e da Treva, de Deus e do Diabo. Debochamos de nossas tolices, e vergonhas, e desfaçatez. Debochamos da Vida e da Morte. Quero ver rir agora, no transcorrer do ano, quando o corpo vai obrigado ao trabalho, e o humano se subordina ao chefe, ao tempo, ao mesmo.
Está decidido. Não quero a alegria que me consome o corpo. Quero a alegria que me consome a alma.  Depois da alegria desmedida, quero a "perfeita alegria" pro resto do ano, que não é pouca coisa.

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