sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

quando quiser e não souber falar, quando as palavras se perderem no labiritno do seu ser, quando não houver sequer a graça de esboçar um uivo gutural, ermo de sentido... 
aí mesmo é que o teu silêncio será fecundo, como semente que esperou no escuro da terra o momento propício para a explosão do gênesis. aí será a hora de deixar que o silêncio se cumpra soberanamente. é preciso mesmo ter que falar? é necessário encher o mundo de palavras vazias, qual tronco oco de árvore morta? o vento em seu barulho, brisa ou redemunho, diz mais.
por que a vontade de dizer coisas, e bradar desimportâncias? por que essa fremente urgência pela palavra reconfortante, se tudo é fugidio, e as palavras, mascaradas habitantes da mais confusa babel? por que o desejo de dizer o que não interessa a ninguém, nem a ti? por que tantos porquês? palavras, quase sempre, não suportam a linguagem da alma. 
o mundo e os homens precisam é do mergulho no cardume de silêncios.

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