Para
mim, hoje não é só lava-pés; é também escalda-pés. Meu coelhinho de
páscoa está impresso no papel higiênico e tem até cheirinho. Troquei o
bacalhau pela sardinha, mais em conta, menos sal. Já estou pensando na
minha crucificação, vivendo numa cidade onde preços só disparam. As
calopsitas não param de roer os tacos do piso e de gritar feito loucas. E
nem falam. Tudo está meio desconexo, nem côncavo,
nem convexo, frouxo frouxo, sem costura alguma. Amanhã Cristo vai
morrer pela 2012 vez, e o mundo nada de tomar vergonha na cara. No
sábado de aleluia, o Judas perde a cabeça e as botas. Quem quiser se
livrar do mal, deverá rir um riso diabólico, riso espanta-demo. No
domingo, não sei, mas é difícil haver homem ressurecto.
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