sobre destino e desembesto
O
destino é meio desatinado. Ele vem aos trancos, feito carreta cheia de
bois que desce ladeira, sem freios. E sai da frente quem puder, quem
tiver ouvido para ouvir e olhos para ver. E sai da frente pro desembesto
do mundo, sem rumo, ribanceira abaixo. A manada engaiolada sobre rodas
se abala, indefesa, sem noção do perigo. O perigo engaiolado é o senhor
do caminho. Desatino, destino. Tino. E o rolo grande ensurdecedor na
ladeira do tempo. Carreta de bois, poeira, tudo cego, tudo preso e tudo
solto. Salve-se quem puder.
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