segunda-feira, 2 de junho de 2008

Maria da Conceição

*********Ceiça foi uma menina comum, brincava com boneca, como qualquer outra menina. Seu quarto era repleto de bonecas, de tamanhos e tipos variados. A menina passava o dia brincando com elas. Não queria outra coisa senão suas bonecas.
*********Todo menino e menina sonha com alguma profissão. Uns querem ser médicos, outros sonham em ser professores...outros, arquitetos. Sempre que perguntavam a Ceiça sobre o que ela queria ser, a resposta vinha urgente, com uma ânsia:
*********- Quero ser mãe!
*********Nunca nenhuma menina tratou tão bem suas bonecas quanto Ceiça. Se boneca tivesse juízo, as dela amariam demais sua mãe humana. Iriam rezar para o bom Deus das bonecas em agradecimento por tê-las ofertado uma mãe tão prestimosa. A menina não se interessava por nada na escola que não fosse prendas do lar. Pensava nas suas futuras filhas. Em como elas seriam educadas...
*********Aos 13 anos, Ceiça foi seduzida por um rapaz. Ele a possuiu. Ela sentiu dores ao perder a infância. Não sentiu prazer pois essa palavra não havia tomado formas no seu corpo de criança. Mas fez porque quis. Ela mesma disse aos pais. Nove meses depois, Ângela largou as bonecas e começou a cuidar de sua primeira filha. Nunca mais ela teve sossego na vida. Percebeu que boneca é o ser mais obediente da face da terra.
*********E foi ser feliz... na sua dor materna.

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