domingo, 28 de agosto de 2011

a face do tempo

Meu tempo me olha com sua face redonda. Mas eu só vejo sua metade.
Lua sempre no quarto-crescente. O tempo tem dois olhos, mas só vejo o squerdo (há pessoas que só veem o direito). A outra metade me é negada. Será sempre assim. Pro meu bem. A outra metade me é obscurecida, velada que só.
Ai de mim se conseguisse tirar esse véu do tempo e o contemplasse em 360 graus. Ai de mim e ai do mundo, seu eu tivesse esse poder. O homem contempla o mundo em 180 graus, basta.
Mistério que esconde o monstro em nós.
Ou o monstro das certezas, que é o destino.

Um comentário:

Moisés Guimarães disse...

Nossa, que lindo texto! Qta sensibilidade, percepção do todo na parte. Foi muito bom conhecê-lo no II FORUM DE LITERATURA CONTEMPORANEA da UFRJ. Um olhar bastante singular do que é a dinâmica do mercado e do que é possível fazer com qualidade.